terça-feira, 26 de novembro de 2013

Discutindo as profissões




Fala do Renato aos alunos (foto de Marise Diniz)



Roda de Discussão leva alunos a refletirem sobre a futura profissão

Participei, na manhã do dia 19 de novembro de 2013, de uma atividade no Colégio Marista Diocesano de Uberaba. Foi uma “roda de discussão” com alunos do ensino médio. Estavam presentes também os professores Cibele Alves Chapadeiro de C. Sales, Fernanda Barbosa Borges Jardim, Marcos Fonseca Emidio e José Carlos Nunes Barreto.

Segundo informações da coordenadora do evento, professora Marise Soares Diniz, “o objetivo é de norteá-los (os alunos) na escolha da carreira profissional”, no que ela fez muito bem em chamar professores que formam os profissionais para discutirem o assunto.

Cada professor falou um pouco de suas profissões. “A psicóloga Cibele Alves Chapadeiro de C. Sales comentou que quem se interessa pelas questões do outro e gosta de pessoas vai gostar da psicologia.” A engenheira de alimentos, Fernanda Barbosa Borges Jardim falou das várias carreiras relacionadas às ciências agrárias e afirmou haver carência de profissionais no momento.

Segundo release sobre o evento, “o arquiteto Marcos Fonseca Emidio ressaltou a importância do evento do colégio, pois é bom estar sempre comunicando, interagindo com os jovens.” E, ainda: “o engenheiro mecânico José Carlos Nunes Barreto falou sobre a engenharia e o trabalho de tecnologia desenvolvido por estes profissionais. Para descontrair, ele comentou da experiência que obteve na China e pediu aos alunos que fizessem alguns movimentos corporais. O coordenador do curso de Engenharia Ambiental, Renato Muniz Barretto de Carvalho explicou a diferença entre licenciaturas e bacharelado e afirmou que todas as profissões são interessantes. E caso se perceba que não se fez a escolha certa, tem que mudar.”

E eu acrescento ainda, no caso da Engenharia Ambiental, este profissional cuida, não só do saneamento dos resíduos sólidos (lixo), gasosos e líquidos, mas também da remediação e diminuição da poluição de modo geral, cuida de discutir e propor soluções ambientais saudáveis para as cidades e o campo, de questões ambientais que envolvem as indústrias, as propriedades rurais, as rodovias e ferrovias, a sustentabilidade das grandes obras e a da qualidade de vida nas cidades.

É sempre bom saber que existem profissionais dispostos a compartilharem seus saberes em contato com alunos do ensino médio, e escolas, como o Marista, dispostos a organizarem esses encontros. Valeu!

Fonte: Portal Marista (Colégio Marista Diocesano de Uberaba)
Disponível em: http://marista.edu.br/diocesano/roda-de-discussao-leva-alunos-a-refletirem-sobre-a-futura-profissao/





sexta-feira, 22 de novembro de 2013

SPAE e SGMD



Amplie seu mundo!


Renato Muniz Barretto de Carvalho

Os tempos em que vivemos são bicudos, difíceis, embora alguns possam argumentar que já foi pior e eu é que ando um tanto pessimista. O fato é que qualquer deslize, qualquer vírgula mal colocada pode transtornar sensibilidades, entornar o caldo. Não está fácil. É que vou comentar um assunto delicado, por isso o excesso de civilidade.

Para ficar bem com minha consciência, sou obrigado a dizer que ando preocupado com algumas síndromes que assolam o país nos últimos tempos. Desde já, informo que não sou adepto do positivismo de Augusto Comte, apesar de a prudência, a cautela a que me referi acima, imponham uma justificativa, ainda que a contragosto: não tenho nada contra os adeptos dessa corrente filosófica, são todos gente boa. Dito isso, explico, síndromes aplicam-se melhor a patologias médicas, e as que eu pretendo apresentar nesta crônica são sociais e, embora com reflexos na sanidade mental e física dos indivíduos acometidos, têm origem histórica e cultural. Explicado? Vamos em frente.

SPAE é a sigla da Síndrome da Protuberância Abdominal Esdrúxula. Um tempo atrás, era pouco conhecida e de ocorrência limitada a certos grupos sociais mais abastados. Indicava poder e posição de mando, basta consultar algumas fotografias antigas de políticos e ilustres membros da elite. Nos últimos anos tem se alastrado pelo mundo todo, em especial no Brasil. O portador desta síndrome caracteriza-se por apresentar uma protuberância abdominal destacada, vulgarmente chamada de “barrigão”. Ao contrário da situação de infestação crônica de verminoses que assolou o país nas primeiras décadas do século XX, e de problemas de coluna, a SPAE é atual, é moderna, resultado de alimentação mais farta, embora não necessariamente de boa qualidade. Mas a questão não é de cunho nutricional ou de hábitos alimentícios, é diferente e bem pior.

O portador desta síndrome cultiva sua situação. Alguns realmente gostam disso. Geralmente frequentam eventos cuja finalidade é justamente aumentar a protuberância. Fazem isso com bebidas, alimentos gordurosos e um sedentarismo consciente. Gostam de sentar-se na frente da TV, em poltronas e sofás confortáveis, preferem mil vezes um carro a uma boa caminhada, e ridicularizam os demais. Alguns fazem do futebol mais do que uma paixão, mas uma religião, onde falar mal do time beira a agressão.

Mas a SPAE não é apenas um estado físico, e isso é o mais preocupante. É um estado mental que, em muitos casos, implica em intolerância, autoritarismo e violência. Embora ocorra mais nos homens após 30 a 40 anos, também acomete mulheres, jovens e idosos. A SPAE quando se instala de modo quase irreversível, leva a um conservadorismo político assustador. Parece que a evolução da síndrome elimina a capacidade de discernimento da pessoa. Há relatos de portadores da SPAE que se exibem nas esquinas com a camisa aberta, há casos em que ficam horas sentados em lugares estratégicos, nas calçadas, vigiando os que passam, afagando carinhosamente a protuberância.

A outra síndrome parece que tem relação com a primeira, embora nem sempre acometa os mesmos indivíduos. Trata-se da Síndrome do Gosto Musical Duvidoso (SGMD).

Os portadores caracterizam-se por acreditar que todo o mundo tem o mesmo gosto musical que eles e essa deturpação leva a um desejo incontrolável de dividir o seu estilo musical favorito com a maior quantidade possível de pessoas. Não medem esforços para isso. Gastam somas vultosas em automóveis, aparelhos e caixas de som capazes de espalhar ao máximo o som, isto é, o ruído desagradável que sua capacidade neurológica comprometida imagina que irá agradar a todos.

A SGMD impede a pessoa de perceber que música é algo harmonioso, criativo, sensível, gostoso de ouvir e não apenas barulho, um incômodo barulho ao qual todos têm de se submeter. A SGMD dificulta ao portador a percepção das inúmeras qualidades sonoras e musicais da música propriamente dita e o seu estado afetado leva a uma típica confusão mental.

O problema é quando as duas síndromes atacam o mesmo indivíduo. Aí a coisa se complica e a calamidade se instala. Uma potencializa a outra, num efeito cascata impressionante. Meu maior medo é um aumento significativo de casos e os casos isolados se juntarem, isto é, transformarem-se numa epidemia. Aí, não teremos professores, artistas e profissionais da saúde em número suficiente e capazes de enfrentar a situação. Pobres de nós!






quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O homem mais rico do planeta



Pombos fofocando no poleiro

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Histórias de sucesso e riqueza nos atraem, não é mesmo? Pois outro dia, ouvi alguém comentar que um sujeito aí, prefiro não falar o nome dele agora, era dono de uma grande empresa. Estranhei a informação, afinal a tal empresa era uma multinacional europeia, e nem me constava que a família do dito cujo fosse tão rica assim nas europas. Talvez tivesse recebido um prêmio da loteria, mas percebi que para amealhar os milhões que, segundo disseram, ele tinha, nem se tivesse tirado a sorte grande umas vinte vezes, e todas elas tendo recebido o maior prêmio. Não, não foi por meio da loteria que enriqueceu.

A curiosidade de saber a origem de uma fortuna repentina assim me conduziu a uma pesquisa pessoal. A fama do sujeito ia longe. Conversei com muita gente a respeito do assunto. A maioria me contava histórias incríveis. O sujeito era dono de várias fazendas, todas muito bem localizadas. Uma delas ficava em Uberaba (MG), centro importante da pecuária nacional. Aliás, nesta cidade ele tinha três ou quatro propriedades, não consegui saber ao certo. Disseram que uma vez por ano ele visitava as terras, mas nunca soube de sua presença nesta cidade. Devia ser bem discreto né?

O seu dom para comprar propriedades devia ser estudado em faculdades de Administração. Porque ele simplesmente comprava as melhores fazendas, em regiões privilegiadas. Outra aquisição, eu soube depois, foi uma propriedade em Araçatuba (SP). Ele sabe o que faz! Bem verdade que o dono anterior desta fazenda tentou desmentir o negócio, mas o assunto desapareceu da imprensa e das rodinhas de corretores de imóveis. Sei que devia ser verdade, pois ninguém inventaria uma história assim, ainda mais envolvendo valores tão elevados e personalidades tão importantes. Concorda?

Mas não pensem que o sujeito ficou só nessas duas fazendas não. Minhas pesquisas levantaram a compra de fazendas em Campo Grande (MS), na Bahia, na região de Barreiras, e até no Pará! E, fora as terras, todas elas vinham recheadas de muito gado, de preferência da raça nelore, o que o transformava no maior criador de gado do país e, talvez, do mundo! O cara não era bobo não. Dizem ainda que era sócio de um cantor de música sertaneja. Mas o sujeito nunca aparecia, nem para uma palhinha...  

Ele devia ter um método especial de gerenciar suas propriedades, ou de fazer negócios, as aquisições, porque em todas elas o antigo proprietário continuava atuando, continuava dando as ordens. Eram belíssimas fazendas de gado, com sedes cinematográficas, casas enormes, pastagens bem verdes, muito gado no pasto. Por sinal, ele nunca aparecia nas fotografias, devia ser por questões de segurança. Mas quase todas as pessoas que consultei me afirmavam que o dono era ele. Eu acredito nas pessoas e no que elas dizem.

Além de exímio comprador de fazendas, o sujeito era grande investidor e empresário de sucesso no ramo da informática. Quem sabe, sabe. Más línguas afirmavam que tudo tinha sido conseguido por meio de arranjos políticos, de caixa dois em campanhas, fruto do pagamento de propinas. Além de dono de fazendas e empresas, ele um grande investidor na Bolsa de Valores, fora os dólares guardados em contas bancárias nos paraísos fiscais.

Agora, façam-me um favor: coloquem um nome no sujeito, de preferência de um desafeto político, ou de alguém próximo a um político que te contrariou, ainda que seja uma desavença ideológica, e espalhem a notícia. Podem exagerar um pouquinho, não vai fazer a menor diferença mesmo, a não ser para quem quiser acreditar, ou para aqueles que não têm interesse em acompanhar o noticiário político ou econômico e preferem as revistas de fofocas de artistas. Para esses, e os que espalham boatos, pouco importam os métodos arcaicos, sujos e desonestos de alguns conduzirem as questões políticas, o que importa é confundir e desestabilizar para que certos privilégios permaneçam. Enquanto isso, os verdadeiros crápulas dão risadas. Riem de nós!

 Quebrem a cabeça!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Entre leitores




Uma atividade que muito me agrada e enriquece é quando estou entre alunos, ainda mais os que gostam de leitura, os que me chamam para conversar sobre literatura, sobre histórias e outros assuntos que surgem espontaneamente. Assim foi na manhã de uma quinta-feira chuvosa no início de novembro, na Escola Municipal Professora Olga de Oliveira, em Uberaba (MG).

Cerca de 40 alunos, algumas professoras e a coordenadora de bibliotecas escolares da Secretaria de Educação da PMU (Luciane, Rosa e Viviane), interromperam suas aulas e outras atividades para conversarmos um pouquinho. Um “pouquinho” que durou quase duas horas, realmente um bate-papo muito gostoso. E eu já prometi que volto sempre que quiserem!

Na Escola, também vi uma exposição de trabalhos que os alunos fizeram a partir da leitura do meu livro "Os bichos são gente boa" (Giz Editorial). Exposição muito bacana! Trabalhos excelentes!

Depois que falei sobre livros, sobre as diversas formas de leitura do mundo e dos livros, os alunos fizeram várias perguntas, todas muito pertinentes e carinhosas. Uma curiosidade sincera sobre minhas leituras, meus escritos, minhas atividades. E eu disse que todo mundo pode escrever se nunca deixar de ler, mas que ler é algo que se aprende com liberdade, com apoio, com existência de livros, nunca como algo obrigatório, opressivo. Eles gostaram, e eu também!

Valeu pessoal!

Confiram abaixo as fotografias tiradas pela Luciane Ioná Aita, do Departamento Cultural da Secretaria de Educação da PMU, e a quem eu agradeço a gentileza pelo envio das fotos.