quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bienal do Livro de São José dos Campos

 

As feiras e bienais de livros estão cada vez mais presentes nas cidades brasileiras. Além das capitais, acontecem em outras cidades, grandes ou pequenas, com o intuito principal de divulgar o livro e estimular a leitura. Caracterizam-se, também, por oferecerem uma excelente oportunidade de leitores, autores, editores e livreiros se encontrarem.

São José dos Campos, cidade paulista localizada no Vale do Paraíba, realiza sua primeira Bienal do Livro, de 08 a 17 de abril de 2011. Segundo o prefeito, Eduardo Cury, “Durante 10 dias, São José dos Campos, terra do poeta Cassiano Ricardo, será a cidade dos livros e estará de portas abertas não só aos 40 mil estudantes da nossa rede de ensino, mas a todos os cidadãos.”

Pois lá estivemos, Mara e eu, a convite da Giz Editorial e da Selecta Livros, no dia 13 de abril. Foi uma tarde gostosa, no meio de crianças e de livros. As crianças, curiosas e interessadas nos livros, acompanhadas por dedicados professores, receberam um incentivo extra da Prefeitura: o “cheque livro”.

Confiram, abaixo, algumas fotos tiradas pela Mara no estande da Selecta Livros.

DSC05793 DSC05786   DSC05787 DSC05790 DSC05788 DSC05792

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Visita ao Colégio Jean Christophe

 

Mara e eu visitamos, na manhã de hoje, 11 de abril de 2011, o Colégio Jean Christophe, de Uberaba - MG. Fomos recepcionados pela diretora Célia Peres, conversamos com os alunos e vimos um belo mural confeccionado a partir das indagações e discussões relacionadas à leitura do livro “Os bichos são gente boa”.

DSC05766

O Colégio Jean Christophe valoriza e estimula a leitura em seus projetos e programas, além de sempre trabalhar temáticas atuais com os alunos. Esse foi o caso do mural, em que eles recriaram as histórias do livro e ao mesmo tempo se dedicaram a reflexões sobre as Florestas. A ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas para estimular sua preservação.

DSC05772

Segundo a diretora Célia Peres, o Colégio Jean Christophe faz questão de receber escritores para diálogos sobre a obra literária proporcionando aos alunos que conversem, façam perguntas e dêem depoimentos sobre a leitura realizada, numa dinâmica gostosa e produtiva para todos.

DSC05785

Conversando sobre as histórias do livro, ficamos sabendo que os alunos estão montando uma ONG em defesa das florestas. É importante ressaltar que as florestas cobrem mais de 30% de toda a área terrestre do planeta e são responsáveis pela sobrevivência de mais de um milhão de pessoas e por cerca de 80% da biodiversidade existente na Terra. O Cerrado brasileiro apresenta formações florestais típicas, como o cerradão, caracterizado pela presença de inúmeras espécies arbóreas, como ipê, angico, copaíba, pequi, aroeira, dentre outras.

DSC05775

Um novo encontro foi marcado para o Centro de Educação Ambiental Sítio da Pedreira, numa programação que ampliará as reflexões sobre o meio ambiente, práticas sustentáveis, visita ao minhocário do Sítio e trilha ecológica.

Publicado originalmente no Blog do CEA Sítio da Pedreira.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Os tiros de Realengo

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Tragédia numa escola do Rio de Janeiro. Crianças mortas. Comoção nacional. Afinal, quando é com os nossos, o caso se complica. A polícia foi bastante ouvida, psicólogos também. Jornalistas praticamente acamparam no local. Com cenas comoventes, insistem em nos convencer de alguma coisa, de alguma culpa.

Não tenho como julgar perfil psicológico, muito menos arrisco meros palpites para saber como e porque a sociedade vai se tornando cada vez mais violenta. Nem vou especular porque um rapaz consegue entrar numa escola atirando com tanta facilidade, apesar de todos os esforços em segurança pública, de tantas grades e aparatos similares.

Mas quero falar de educação e de escola. Por que a escola é o local preferido deste tipo de ação? O que se passa dentro desta instituição que a torna alvo de tantos questionamentos e violência?

Menos importa saber a origem das armas e sobre como se aprende a atirar, mas desvendar a origem de tanta raiva e desajuste e qual o papel da escola nisso. A família, a sociedade e a escola não perceberam isso antes? Que mágoas e frustrações guardava esse indivíduo que essas instituições não conseguiram resolver? As respostas estão mais na escola do que no indivíduo. A escola falhou em algum momento. Não deve ter sido fortuita a escolha deste local para a ação, para o massacre.

Sem desconsiderar outros fatores, é preciso parar para pensar um pouco naquilo que a sociedade considera educação e função da escola. Nunca se defendeu tanto a “educação”, nunca se fez tanto discurso sobre a importância dela. Mas a prática está direcionada para aspectos relacionados à punição, às multas, ao controle, à repressão. Então, de que serve a educação? Há uma contradição que precisa ser exposta de forma urgente. O discurso é contraditório, a distância entre intenção e gesto é cada vez maior.

Algo não vai bem neste ambiente que deveria ser um lugar de alegria, de descobertas maravilhosas, de relacionamentos saudáveis e construtivos. Ao invés disso, o que se observa é cobrança, é desempenho a qualquer preço, é quantidade, é a tecnologia suplantando as relações humanas. Salas lotadas, critérios econômicos e técnicos se colocam como prioritários em detrimento da formação, da humanização e da libertação do ser humano. Os sonhos e pesadelos de cada um, especialmente dos mais sensíveis, dos mais tímidos, não encontram a amplitude necessária para serem compreendidos e exorcizados numa escola onde o tempo que conta é o do relógio de ponto. Deu no que deu.

Bullying, tristezas, frustração, medo, individualismo, descaso, jornadas estressantes, baixos salários, desvalorização dos profissionais da educação resultarão em mais tragédias. É preciso buscar no interior da própria escola, além da sociedade onde ela se insere, as razões de sua atuação sofrível e porque ela não tem conseguido superar essas dificuldades tão angustiantes. É preciso saber o que temos feito em termos de produção do futuro. Que tipo de sociedade nos interessa? Tecnicista, violenta, individualista ou fraterna, alegre, inclusiva, humana e livre?