quarta-feira, 15 de junho de 2011

O fim do livro

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Impossível ficar indiferente diante do debate acerca do futuro do livro. Vai desaparecer? Vai mudar de formato? Vai existir para sempre? Quantas perguntas! Quantas dúvidas!

Vai desaparecer. Um dia, provavelmente, vai desaparecer. Não é preciso ser muito esperto para perceber que o livro, desde que surgiu, mudou muito. Já foi um rolinho, já foi de papiro, já foi manuscrito, já foi encapado com ricas capas de couro bordadas a ouro, já foi de pano, de plástico e, hoje, existe também no formato digital, ou como livro eletrônico, frequentando o cada vez mais amplo círculo dos equipamentos eletrônicos, como os notebooks, os iPads, os e-books, os cartões de memória, os CD-roms e os pen drives, dentre outros. Nem ouso citar suas possibilidades enquanto arquivo digital, pois são tantas...

É tentador fazer uma comparação com a música e suas inúmeras formas de reprodução e registro, que não a voz humana pura e simples e os instrumentos tocados ao vivo, sem falar no rádio. Antes, foi o tempo dos fonógrafos e dos cilindros, depois vieram os famosos 78 rotações, grossos, rígidos, limitados e os gramofones. Depois surgiram os LP, ou long plays, em 33 rotações, com maiores possibilidades em termos de conteúdo e qualidade da reprodução. Em seguida, num movimento rápido e surpreendente, apareceram as já anacrônicas fitas cassetes, os CDs e os MP3, os MP4... A indústria fonográfica já anunciou o fim do CD de música para algo em torno do ano de 2020. Não gosto de profecias, mas esta é de difícil contestação. A música não vai acabar, com certeza, o que vai mudar é o meio de reprodução.

Assim como a música não vai desaparecer, o livro e a leitura também não. O que vai mudar é o seu formato. E depois de mudados, continuarão mudando, para formas que sequer imaginamos nos dias de hoje. Por que não?

Mas existem diferenças entre as formas de reprodução da música e das ideias, via leitura, que não podem ser deixadas de lado. A música, desde que não seja ao vivo, precisa sempre de um meio mecânico ou eletrônico para existir. Portanto, depende de eletricidade, de uma fonte de alimentação e de uma aparelhagem. O mesmo não ocorre com a leitura, que depende da capacidade física (visual, auditiva ou tátil), do devido letramento, portanto de cognição, e de um objeto muito simples, que não precisa de nenhuma fonte de energia para funcionar, não precisa ser ligado ou desligado, nem de qualquer tipo de aparelho para se reproduzir: o livro.

Como se sabe, o livro pode ser levado a qualquer lugar, a qualquer hora. E que seja um bom livro, bem editado, leve, gostoso de ler. Ele pode ser lido na praia, no ônibus, no banheiro, na biblioteca, nas ruas, nas praças e por aí afora... O livro eletrônico também, apesar da limitação da fonte de energia. Agora, imaginem um caro equipamento desses em dois momentos ideais para uma boa leitura: na praia, junto de um baldinho de areia e outros apetrechos típicos, ou numa cabana, em um fim de semana de pescaria.

Da minha parte, eu sinto o sono vindo e o livro deslizando suavemente pelas minhas mãos até pousar no meu peito. Fecho os olhos e apago. Quando acordo, quem está no chão, quietinho, em perfeito estado, aguardando, sem maiores traumas, o reinício da leitura?

O livro, tal como o conhecemos hoje, vai desaparecer, mas antes vai conviver por muitos e muitos anos, talvez por um tempo geológico inalcançável à nossa vã existência, com outros formatos. Boa leitura e bons sonhos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A autonomia da Universidade está ameaçada

Hugo Maciel de Carvalho* e Renato Muniz Barretto de Carvalho**

“(...) quero deixar bem claro que o meu protesto contra as arbitrariedades que vêm sendo cometidas pela polícia contra universitários e contra a Universidade, arbitrariedades que constituem mesmo um atentado contra as idéias, em nome das quais, como se publica, foi desencadeado o movimento vitorioso.” Paulo Duarte em carta ao Jornal O Estado de São Paulo, em 15/05/1964.

Um estudante da USP foi assassinado com um tiro na cabeça na noite de ontem dentro da Cidade Universitária, zona oeste paulistana.

Folha de São Paulo – 19 de maio de 2011.

Após o primeiro caso de roubo seguido de morte ocorrido na Cidade Universitária, o reitor da USP, João Grandino Rodas, cobrou maior presença da PM no campus.

Folha de São Paulo – 20 de maio de 2011.

Em carta à reitoria, os estudantes alegam que a perda do colega "escancara" a necessidade de discutir o problema da insegurança dentro da Cidade Universitária.

No texto, reclamaram da iluminação ruim, da pouca quantidade de vigias -60 divididos em dois turnos-, mas em momento algum pede a presença da PM no local.

As reivindicações serão levadas ao Conselho Gestor. A presença da PM no campus será tema de debates de alunos na próxima semana para que se firme uma posição. O assunto divide estudantes.

Folha de São Paulo – 20 de maio de 2011.

A história das tensas relações entre a repressão policial e a comunidade da Universidade de São Paulo é antiga. Remonta aos anos 1940, segundo “O Livro Negro da USP” (1978). Mas foi nos anos 1960, à época da transferência de algumas unidades acadêmicas para a Cidade Universitária, no Butantã, que estas relações deixaram “marcas profundas” (O Controle Ideológico na USP (1964-1978)). Neste momento é que foram construídos novos prédios para cursos que antes eram espalhados pela cidade. Restaram algumas unidades no centro da cidade de São Paulo, dentre elas a Faculdade de Direito, (no Largo de São Francisco), a Saúde Pública, a Medicina e a Enfermagem (todas praticamente no mesmo quarteirão), a Maria Antônia, sem faculdades, o prédio da pós-graduação em Arquitetura, na Rua Maranhão, e o Museu Paulista (no Ipiranga).

Anos depois da construção do campus, a ditadura militar desabou sobre o país e alguém teve, em 1970, a “grande” ideia de colocar a Academia de Polícia na entrada da Universidade.

O problema é que a Universidade (não só a USP) sempre existiu fundamentada em três princípios: liberdade acadêmica, liberdade intelectual e autonomia (acadêmica, intelectual, administrativa, etc.).

A Universidade, no seu Campus de São Paulo, é uma verdadeira cidade, com prefeitura e tudo; precisa ser um local livre, independente, porque senão as ideias, a produção científica, a criatividade, o ensino não funcionam. Essa é a ideia básica original. Assim se criaram e se formaram as grandes universidades do mundo.

A filosofia por trás da universidade é a de que só pode haver conhecimento (ensino-pesquisa-extensão) com LIBERDADE; do contrário NÃO há ensino, mas adestramento, treinamento, repetição, reprodução.

Então, o dilema é: ou temos um ensino livre, autônomo, ou não temos ensino nenhum. Tanto o professor quanto o aluno só podem, hipotética e realmente, aprender num clima de TOTAL liberdade e autonomia.

As universidades no Brasil, em especial a USP, sempre se caracterizaram por trabalhar dentro dos princípios norteadores das grandes universidades do mundo. Justamente por isso a USP sempre foi o “celeiro do conhecimento” brasileiro: é a instituição que mais faz pesquisa, é a instituição que mais tem livros (mais de 1.400.000 volumes), é a instituição que mais publica periódicos, etc.

Mesmo assim, sempre se caracterizou por estar imersa em contradições. Uma delas: mesmo sendo uma universidade pública, sempre foi um local dominado pela elite econômica e social.

Por seus princípios e por suas contradições, a Universidade de São Paulo sempre foi a mais concorrida, a mais visada, mais vigiada pelas forças conservadoras e retrógradas do país e de São Paulo.

Desde antes da ditadura, sempre quiseram “dobrar” a USP, sempre quiseram “quebrar” a USP e os seus professores, alunos e funcionários mais radicais, mais libertários, mais à esquerda. Sempre quiseram submeter a USP aos interesses da elite socioeconômica paulista. E, em grande parte, conseguiram. Como? Diminuindo verbas, manipulando eleições para os cargos acadêmicos, condicionando as verbas para pesquisas aos interesses das indústrias, vigiando professores, estimulando uma “nobiliarquia” para controlar a universidade.

A USP sempre teve fama e tradição de oposição, de rebeldia, em especial a Filosofia (que ficava na Maria Antônia), a Letras, a História, a Geografia e a Ciências Sociais, seguidas pela Arquitetura, pela Geologia e pelo Direito. De um modo geral, todas as faculdades tiveram seus expoentes, seus líderes progressistas. E todas também tiveram os seus reacionários. Dentre os progressistas, a USP teve Florestan Fernandes, Mário Schenberg, João Cruz Costa, Villanova Artigas, Samuel Barnsley Pessoa, entre tantos outros.

A elite socioeconômica (paulista e brasileira) nunca ficou contente com esse pensamento progressista, nunca aceitou as manifestações ostensivas do pensamento progressista (quanto ao pensamento libertário, este jamais mereceu sequer espaço dentro da universidade), a elite nunca engoliu aulas progressistas, rejeita uma produção científica progressista, que só consegue espaço à custa de muita luta. O pensamento da elite é mais ou menos o seguinte: “se nós [eles pensam que são eles] estamos dando dinheiro para a educação, então nós temos o direito de dizer qual educação nós queremos”.

Em alguns países, mesmo naqueles em que as universidades são pagas e tudo o mais, funciona um pouquinho diferente, porque se respeita a autonomia universitária (em grande parte). Ou seja: apesar dos subsídios que as universidades recebem (ou vocês pensam que elas seriam as primeiras do mundo em ensino e pesquisa apenas com o dinheiro das mensalidades?), respeita-se a liberdade acadêmica.

Pois bem, e onde entra (ou não entra) a polícia nessa história?

Durante o regime militar, a resistência dentro da USP foi muito grande contra a ditadura. E a polícia sempre quis dobrar essa resistência. Custou muito manter a autonomia. Foram anos de crimes políticos cometidos pelas forças do Estado contra os estudantes, os funcionários e os professores. Só que a violência do Código Penal nunca foi tão comum dentro do campus como é hoje. Lá pela virada da década de 1970/1980, um caso em especial chocou: um estudante assassinou uma prostituta e jogou o corpo dela num bueiro do campus. O caso realmente chocou. Ou seja, essa violência sempre existiu dentro e fora da USP.

Furtos, assaltos e estupros (principalmente à noite) sempre ocorreram (AVISO: isto não é uma escusa, ok? Continuem lendo). Mas, pouco a pouco, com a orientação política de retirar as verbas paulatinamente, os investimentos em iluminação, em segurança, etc. foram diminuindo. Além disso, as classes médias e populares (ainda que em menor número) foram chegando, ao mesmo tempo em que parte das classes média e rica se dirigiu às universidades particulares ditas “de ponta”. Ou seja, com isso, a USP foi perdendo o interesse para a elite paulistana. Afinal, para quê investir tanto numa instituição que só causa “problemas”?

É um processo contraditório, pois a elite socioeconômica precisa do conhecimento produzido dentro da universidade pública. Então, não pode retirar tudo de uma vez. Por isso, tira dos mais pobres: dos que frequentam cursos noturnos (iluminação e segurança), dos cursos que dão menos retorno para as indústrias (Letras e demais ciências humanas “não aplicadas” reconhecidamente carecem de estrutura básica). E passa a haver financiamento pesado (via fundações ou outros mecanismos miraculosos) para cursos como Economia, Engenharia, Geologia, Medicina, Direito (desde que o pessoal faça tudo “direitinho”, conforme o script); passa a existir uma USP Leste com seus currículos contestáveis (afinal: por que mesmo não criar um curso de Direito na Zona Leste?).

Mas e a polícia? Bem, “deixaram” chegar a esse nível de insegurança, a essa “insegurança” do tipo que a mídia adora explorar, a fim de criarem (estão criando!) o clima perfeito para a entrada da Polícia. A “comunidade pede segurança”. Será que é isso mesmo? Essa é a solução? Ou essa é a solução que “eles” querem que a Universidade engula goela abaixo? Se a polícia entra uma vez, se instala, não vai sair nunca mais. E vai ser fácil controlar o que “eles” quiserem. Greve? Não pode. “Manifestação”? Não pode. Mudar algo de lugar, não pode...

Paranoia ou lições do passado? Dá pra confiar na polícia brasileira? Por que permanecem os casos de tortura? Por que “eles” têm tanto medo da apuração dos casos ocorridos no período da ditadura militar?

A solução, a ser discutida democraticamente com toda a comunidade acadêmica, seria investir na segurança interna, num sistema de transporte coletivo e saudável (mas não, porque, “afinal”, transporte coletivo é “coisa de pobre”). Investir em iluminação (mas não, porque isso é um custo desnecessário para bancar quem frequenta os cursos noturnos depois de um dia inteiro de trabalho). Investir em educação e em prevenção (mas não, porque isso é algo em que não se acredita). A elite socioeconômica (que detém o controle político do Estado de São Paulo) fatura é com o medo, e o que sabe fazer é o “controle”, a punição: são positivistas, autoritários, não gostam e não costumam ouvir nem discutir com a comunidade.

O que se quer é segurança, mas não uma intromissão da polícia no campus. As pessoas se preocupam com a situação de todos dentro do campus — alunos, funcionários, professores e pessoas não ligadas à Universidade, como os ciclistas que treinam diariamente nas ruas do Campus, como as mães das crianças que ficam na creche ao lado da Faculdade de Educação, como todas as pessoas que vendem camisetas e gibis perto do bandejão — todos os que frequentam a USP precisam de segurança, sim. Mas a solução não é entregar o controle da segurança da Universidade para a Polícia Militar.

É melhor que o campus seja mais bem iluminado, que haja um novo sistema de transporte (porque o atual é péssimo, baseado nos veículos particulares e individualizado). Mas o Estado quer é terceirizar as coisas, pois é assim que se faz caixa dois. Eles não acreditam no serviço público, pois sucatearam o serviço público; eles não querem pagar bons salários, nem contratar mais gente... No fundo, a elite socioeconômica não quer uma Universidade, mas uma “instituição carcerária”, que seja parte da “cadeia” de (re)produção do sistema.

* Ex-aluno do curso de Direito e atual aluno do curso de Letras.

** Ex-aluno do Curso de Geografia.

Também publicado aqui: http://transindisciplinar.blogspot.com/


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Áreas verdes urbanas

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Certa ocasião, nos anos 1970, numa grande cidade da América Latina, o poder público municipal resolveu remodelar totalmente uma antiga praça.

Como ocorre com muitas praças por esse país afora, esta também tinha uma longa história. Antes de ter sido transformada em praça, foi uma chácara, depois local onde aconteciam competições esportivas, depois espaço de realização de feiras-livres e estacionamento de automóveis.

A cidade cresceu, sua população aumentou, e aumentou muito também o número de veículos nas ruas, que ficaram apertadas para tanto carro. Novas habitações contribuíram para o adensamento urbano da região e novas avenidas, viadutos e outros equipamentos urbanos foram implantados.

Tudo isso, a pressão dos empreendedores e a perspectiva de maiores ganhos, aliado à vaidade e a outras expectativas dos administradores, conduziu a um novo projeto para a praça. Certas concepções existentes naquela época valorizavam muito o concreto, as construções com cimento e aço, identificados com a modernidade, com o progresso e o futuro.

Muito concreto e poucas árvores levaram o povo e a imprensa a apelidar a praça de “monstrengo arquitetônico”. E ela tornou-se motivo de discórdia, desprezada pela população, pretexto para críticas à administração. Durante 30 anos, tentou-se de tudo um pouco para amenizar os erros cometidos na fracassada praça, a intervenção desastrosa. No ano 2000, chegou-se à conclusão que o melhor a fazer era demolir tudo e tentar construir uma nova praça, com uma nova concepção, mais adequada aos nossos tempos, aos anseios da população por mais áreas verdes, por espaços livres para lazer e descanso.

Nesse ínterim, há um episódio pouco conhecido e pitoresco que vale a pena ser contado. O tempo transcorrido facilita a mistura de memória e lenda. Já nem sei se aconteceu de fato ou se é devaneio meu.

Logo que a nova praça foi inaugurada, recebeu muitas críticas pela ausência do verde, de vegetação, de jardins. A população chegou a se mobilizar, a reivindicar um novo projeto. Mas não era da índole das administrações daquele período aceitar críticas, não tinham o costume, saudável e democrático, de dialogarem com a comunidade. Tanto as críticas e manifestações incomodaram, até que um prefeito disse que tinha a solução: mandou pintar de verde o concreto. Pois se era verde o que a população queria...

Depois do ano 2000, ainda arrastou-se por mais dez anos a decisão pela demolição e a revitalização do local e do entorno. A população da cidade foi quem mais perdeu com a teimosia e a recusa dos administradores em dotar a praça de jardins, de árvores e de cuidar da praça como deveria. No final da década de 1980 e nos anos 1990, o local se deteriorou num ritmo impressionante. A praça tornou-se local de atuação de assaltantes, com ocorrência de vários furtos, roubos, consumo de drogas e outras mazelas sociais.

As áreas verdes cumprem diversas funções nas cidades, muitas delas de caráter subjetivo. De qualquer forma, trazem benefícios à população. Contribuem para a redução da poluição, ajudam a diminuir a velocidade dos ventos, reduzem a poluição sonora, propiciam o sombreamento, dão abrigo à fauna, principalmente aos pássaros, interferem positivamente no balanço hídrico, influenciam as temperaturas, absorvendo os raios solares, e valorizam a região. Desde que bem cuidadas.

Cabe ao poder público garantir que essas áreas cumpram suas funções. Para tanto, devem responsabilizar-se por sua manutenção e conservação, estimulando a população a envolver-se com o local, preservando equipamentos, bebedouros, banheiros, mobiliários. Deve estabelecer parcerias com outros órgãos, visando o desenvolvimento de atitudes positivas de cuidado e co-gestão dos bens públicos. Essas áreas são, na essência, públicas, e assim devem continuar a ser.

As cidades brasileiras, de modo geral, têm poucas áreas verdes urbanos. Mas a situação está mudando. Muitas administrações, caminhando na direção da construção de uma cidade acolhedora, de um ambiente urbano saudável, têm contribuído para mudar um panorama anteriormente árido e hostil.

As cidades localizadas na região do Cerrado merecem uma atenção especial, pois aí a estação seca é bem pronunciada, a umidade relativa do ar cai muito no inverno tropical. A baixa umidade chega a prejudicar a saúde das pessoas. Daí maior a importância das áreas verdes para atenuar os efeitos da secura. Quanto mais áreas verdes, melhor.

Exemplos tristes e vexatórios como o da praça mencionada no início, deveriam servir de lição para que as administrações ouvissem a opinião pública antes de realizarem intervenções urbanas, ainda mais se o assunto são áreas verdes. Senão, daqui a pouco veremos algumas prefeituras pintando o asfalto de verde, instalando caixas de som que imitam o som de pássaros nos postes de luz e comprando, com o dinheiro público, é claro, árvores de plástico reciclado para serem “plantadas” nas vias públicas.

Publicada originalmente no Jornal Clarim. (http://clarim.net.br/colunistas/colunista/4).