segunda-feira, 21 de março de 2011

Universidade Popular Juvenal Arduini

No sábado, dia 19 de março, dia da “famosa” enchente de São José - e choveu muito! -, um grupo de pessoas de Uberaba, de Frutal e da região reuniu-se em torno de uma bela ideia: dar mais um passo na criação da Universidade Popular Juvenal Arduini.

Discutimos ideias, ações e frases instigadoras, como a de Rosa de Luxemburgo: “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”

Foi pensando nisso, e no que conversamos nesse dia, que me lembrei de um grande educador francês: Georges Snyders. Autor de várias obras, entre as quais se destacam: Escola, classe e lutas de classes (1977), Alegria na escola (1988), Pedagogia progressista (1974) e Para onde vão as pedagogias não diretivas? (2001). É um dos grandes estudiosos da pedagogia contemporânea. Conheçam alguma coisa de seu pensamento.

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“Entendo que o objetivo (da Escola) é levar o aluno, partindo de sua experiência e sensibilidade, a interpretar de maneira única e individual a cultura que nós lhe propomos. Ele não vai criar o novo sentido de um grande criador, não vai realizar uma grande obra, mas também não vai se limitar a uma repetição mecânica. O aluno tem uma personalidade única e o que me interessa é como esta personalidade única vai reter, amar, vibrar e, então, transformar esta cultura que a Escola lhe propõe.”

“Durante muito tempo baseamo-nos na idéia de que bastava dar prosseguimento à experiência dos alunos para que eles progredissem. Acreditávamos que se eles observassem bem os fenômenos, fizessem pequenos experimentos sozinhos e os olhassem atentamente, eles aprenderiam. Esta Didática é a de Freinet, de Claparède e mesmo de Piaget. Ela se apóia na continuidade. A grande mudança atualmente é que se sabe que os alunos partem de uma concepção sobre as coisas. Mas estas concepções são, geralmente, falsas. Eles formam estas idéias a partir das possibilidades de nossa civilização, da TV, de tudo que existe por aí. Há, então, uma primeira tarefa que é ajudar os alunos a desconstruir estas noções falsas e a compreender por que elas são falsas.”

“Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades - de ordem física e econômica - mais a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria não pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o estímulo do prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem mais fora da Escola.”

“Sei que é um pouco utópico, mas de vez em quando é necessário sonhar. Estou aposentado e sei que sonho; mas o mundo precisa, de tempos em tempos, de pessoas sonhadoras.”

É isso aí!

Veja mais no blog: http://jorgebichuetti.blogspot.com/search/label/universidade%20popular

terça-feira, 1 de março de 2011

Bicicletas: por uma questão de princípio

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Bicicletas no trânsito, mesmo que em situação de erro, devem ter nosso respeito e a preferência. Eu explico: depois da caminhada, as bicicletas representam a alternativa mais ecológica e saudável de locomoção que existe.

Bicicletas não fazem barulho, não soltam fumaça, pois não queimam combustíveis poluentes e não têm escapamento para gazes prejudiciais ao meio ambiente, ocupam pouquíssimo espaço, podem ser transportadas nas costas, empurradas morro acima e morro abaixo, em carrocerias, em suportes variados, podem ser guardadas em apartamentos, podem ser pilotadas por pessoas de todas as idades, desde que se tomem alguns cuidados básicos de segurança, dependendo do modelo, não custam caro... E o quê mais? Amplie a lista, acrescente mais uma qualidade deste veículo do futuro, fique à vontade.

Andar numa bicicleta pode ser um ato de muita elegância. Se não deixarmos o pé enroscar na corrente, pode-se andar numa bicicleta de calça fina, até de terno. Ajeitando-se bem a saia, ela não atrapalha. Deve-se, por questões de segurança, evitar o uso de sapato de salto alto, mas, cá entre nós, esse tipo de calçado faz mal à coluna.

Pode-se ir de bicicleta na panificadora, no supermercado, no banco, na escola, ao trabalho, ao cinema, onde puder e quiser. Você já viu alguma restrição às bicicletas? Algo do tipo: “proibido andar de bicicleta aqui”. Tudo bem que não se deve andar de bicicleta nas calçadas, nos passeios, pois isso pode incomodar os pedestres, pode machucar alguém, mas fora isso não há restrições. É claro que existem locais onde é inconveniente andar de bicicleta, por exemplo, nos corredores de um shopping ou de uma escola, mas nesses lugares todos existem estacionamentos apropriados.

Bicicletas não pagam taxas abusivas e injustas para circularem nas vias públicas. Delas não se exigem placas, nem carteira de motorista aos ciclistas. Não se cobra pedágio de bicicletas (tomara que continue assim, nunca se sabe até onde vai a sanha arrecadadora de certos políticos!).

Convencidos? Como cavalos, mulas, burros, búfalos, cabras, carros de boi, charretes e carroças não devem circular nas grandes cidades, a não ser em parques, grandes praças ou trajetos de trânsito mais livre, restam as bicicletas como alternativa saudável e ecológica.

Por tudo isso, devem ser protegidos, acima de qualquer lógica, os ciclistas, os bicicleteiros, os amantes da magrela, os que gostam das bikes. Então, se um menino abusado cruzar na sua frente de bicicleta, contrariando todas as regras de trânsito, respire fundo, diminua a velocidade, e deixe-o passar. Se uma bicicleta vai pela esquerda, ultrapasse com cuidado. Se você perceber uma bicicleta à frente, ou do seu lado, pense como o mundo e as grandes cidades seriam bem melhores se mais pessoas andassem de bicicleta, pense na poesia que é ir ao encontro da namorada de bicicleta, no quanto é bom poder curtir uma paisagem bonita no ritmo lento de algumas pedaladas. Entendeu? Concorda?

Este texto foi publicado no Blog do CEA Sítio da Pedreira, em 17 de fevereiro de 2011.