sábado, 28 de maio de 2011

DIA DO GEÓGRAFO

No dia 29 de maio comemora-se o Dia do Geógrafo. A profissão de Geógrafo foi regulamentada pela Lei n° 6.664, de 26/6/79. A data foi escolhida porque no dia 29 de maio de 1936 foi criado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O conhecimento geográfico é tão antigo quanto o próprio ser humano. A evolução moderna da ciência geográfica ocorreu no final do século XVIII e início do século XIX, a partir do trabalho realizado por exploradores, naturalistas e pesquisadores como Humboldt, Karl Ritter e outros.

Em Uberaba, o primeiro curso de Geografia foi criado no ano de 1949, pelas irmãs Dominicanas. O reconhecimento aconteceu em 1951, e este foi um dos primeiros cursos de Geografia do Brasil Central. Nesse tempo todo, destaca-se, pelo seu carinho aos alunos, dedicação e conhecimento, a figura da professora Ruth Gebrim, a irmã Loreto, doutora em Geomorfologia na França e responsável pela formação de inúmeros profissionais da geografia e da engenharia hoje espalhados por todo o território nacional.

Para exercer a profissão de geógrafo é preciso ter registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Este profissional atua em estudos ambientais, sociais e na docência. Participa de equipes multiprofissionais em trabalhos de planejamento e análise sócio-ambientais. Estuda os diversos aspectos físicos da Terra, os aspectos relacionados à organização sócio-espacial da sociedade e as relações da sociedade com a natureza.

O mercado de trabalho para o geógrafo tem crescido diante da necessidade da participação deste profissional nos estudos que envolvem as questões ambientais nas esferas públicas e particulares.

Parabéns a todos os geógrafos, aos professores de Geografia e aos estudantes de Geografia, a todos os que vivem a luta diária e árdua em busca de um país melhor para todos os brasileiros, que lutam por um espaço de vida em que o respeito à natureza signifique também respeito e consideração às pessoas.

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Geografia por um novo mundo: economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo. Ou, como disse Rosa de Luxemburgo: “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”

(Imagem retirada de: http://semlinguanaspapas.blogspot.com).

terça-feira, 17 de maio de 2011

Feira de livros em Poços de Caldas - MG

No começo de maio, visitei a VI Feira Nacional de Livros de Poços de Caldas (FLIPOÇOS).

Com uma presença marcante de autores e de público, realizada no Espaço Cultural da Urca, patrimônio cultural e arquitetônico da cidade de Poços de Caldas, a Feira contou com inúmeras atrações e grande diversidade de expressões culturais ligadas ao mundo do livro. Apresentou-se e discutiu-se, além do livro, nosso velho conhecido, a literatura de cordel, o livro eletrônico, novos autores, os mangás (quadrinhos japoneses) e novas formas de se chegar ao leitor e de sensibilizá-lo para a leitura.

A literatura infanto-juvenil tem merecido uma atenção especial nesses eventos. E lá estavam, circulando pela Feira, muitas crianças e os seus pais, dispostos a comprar algo para os filhos. O interessante é observar estas crianças, e os respectivos pais, mães, avós, tios, tias, padrinhos e professores, folheando, ávidos, livros de todo formato, de todo jeito, de todo preço.

O que se espera é que o livro não se transforme apenas num mero objeto de consumo, numa reles mercadoria que se leva para casa devido aos apelos do marketing, de capas bonitas, das ilustrações e dos autores com espaço privilegiado na mídia. Não que capas bem produzidas e belas ilustrações não sejam essenciais, mas livros são mais do que isso.

Só o fato de comparecerem tantas crianças e adolescentes num evento assim, de terem contato com os livros, com os autores, com as editoras, já é um ganho, mas é preciso ir mais longe. É preciso questionar e tomar cuidado com jogadas como as que empurram “goela abaixo” livros de gosto duvidoso, de pouca ou nenhuma qualidade, e que não valorizam a cultura local e nacional. Ao que parece, vale uma antiga máxima: tem espaço para todo mundo, mas é preciso cuidar para que a concorrência não seja desleal.

Muitos se comportam numa feira de livros como se estivessem num shopping center, e consomem, insaciáveis, apenas produtos “enlatados”, como um “fast food” da literatura. Não se trata de incitar linguagens intelectualizadas ou discursos complexos, mas de estimular a boa produção cultural, que os autores brasileiros e latino-americanos têm feito, e que tão pouco espaço têm merecido diante de agressivos projetos editoriais das grandes empresas. Já observaram que nas listas dos livros de literatura mais vendidos, de cada 10 livros indicados, apenas um ou dois são de autores brasileiros?

A discussão é antiga, pertinente e muito atual ainda, mas persistem práticas deploráveis no setor. Dentre elas, pode-se citar a compra descarada de espaços “disfarçados” na mídia e os vínculos suspeitos entre agências de publicidade, imprensa, editoras e governo, que cerceiam a abertura do mercado editorial para novas propostas e para as pequenas editoras.

Bem vindas as feiras e bienais de livros em todos os municípios brasileiros! Cumprem o papel de aproximar leitores e autores, de apresentar ao público as ações do mercado editorial para valorização do livro e da leitura, e de possibilitar o acesso ao livro para mais gente, principalmente crianças e adolescentes.

O que se espera é que, além da realização das feiras, do espetáculo, das presenças midiáticas de grandes palestrantes, ocorram também ações antes e depois dos eventos. Ações que permitam discussões nas escolas, abertura de espaços na imprensa local para entrevistas, resenhas, biografias, e o debate cultural, do centro à periferia, com o intuito verdadeiro de democratizar o acesso ao livro e à leitura.

A Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, a FLIPOÇOS, aconteceu entre os dias 30 de abril a 8 de maio, no Espaço Cultural da Urca, centro de Poços de Caldas, MG. Com homenagens, palestras, cursos, gastronomia, concurso literário, exposição e venda de livros, a Feira contou com a presença de inúmeras editoras, livrarias e bom público, da cidade e da região. Não ficaram de fora os autores do momento, da chamada “literatura sobre vampiros”, a literatura infanto-juvenil, mencionada acima, livros de gastronomia, de arte e de auto-ajuda.

O destaque da Feira ficou por conta do escritor Ariano Suassuna. Sua palestra, no dia 7 de maio, às 20 horas, foi, sem dúvida, a mais concorrida. Leitores e admiradores de Poços de Caldas, de cidades vizinhas e até de localidades mais distantes, lotaram o auditório principal e um auditório com telão. É sempre bom ouvir Ariano Suassuna, um grande contador de histórias, dono de memória privilegiada, um dos grandes nomes da literatura e da cultura brasileira.

Nas fotografias abaixo: a entrada da Feira; junto com o poeta do Cordel, Izaias Gomes de Assis; com o autor moçambicano, radicado no Brasil, Davambe; e o poeta garçom, da cidade de Resende, RJ, o Osmar Nonato, que gentilmente percorria os corredores da feira oferecendo poesias numa bandeja.

 

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Arte e natureza

CEA - SÍTIO DA PEDREIRA

O Centro de Educação Ambiental Sítio da Pedreira recebeu um grupo de artistas uberabenses no domingo, dia 15 de maio. Os objetivos da visita foram apresentar o CEA aos artistas e discutir possibilidades de intervenção artística em relação ao meio ambiente. O professor e escritor Renato Muniz ressaltando a importância da visita declarou que "o CEA tem como um dos seus eixos de atuação valorizar e abrir espaço para diferentes leituras do mundo".

Da Coluna Bastidores, por Marco Túlio Reis, Jornal de Uberaba, em 17 de maio de 2011.


ARTISTAS REÚNEM-SE NO CEA SÍTIO DA PEDREIRA

Na tarde de domingo, dia 15 de maio, reuniram-se no CEA Sitio da Pedreira artistas plasticos, musico e poetas. O tema da reunião foi: como é possivel o diálogo da ARTE COM A NATUREZA. Neste sentido o próprio local de encontro foi um incentivo as discussãoe pois o Sitio da Pedreira tem como objetivos a discssão desta relação homem-natureza.

Do Blog da Professora Elisa Carvalho (http://elisaprofessoradearte.blogspot.com)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

UNIVERSIDADE POPULAR: OS NOVOS PASSOS DA CAMINHADA...

 

Por Jorge Bichuetti (Publicado no Blog Utopia Ativa, em 16 de maio de 2011).

Universidade Popular Juvenal Arduini - Upop-JA - educação em movimento na caminhada pela libertação. Arte-alegria-criticidade-diálogo-escuta-experimentação-inovação... Sonho e poesia...

Aqui, hoje postaremos os Espaços Coletivos de Produção com um pequeno resumo do conteúdo e já iniciaremos as matrículas, explicando que todas as atividades geram certificados e irão, igualmente compor com formações mais aprofundadas para os que desejarem ir tecendo um conhecimento maior...

ESPAÇOS COLETIVOS DE PRODUÇÃO:

1. MARXISMO. Agenciador: Renato Muniz

Carga Horária: 20 horas Duração: um semestre

(6 hs presenciais; 8 hs de estudo dirigido e 6 de trabalho na comunidade)

Conteúdo:

* O marxismo: contexto histórico (das origens à Comuna de Paris)

* Marx e Engels: vida e obra

* A produção historiográfica e o marxismo

* Marxismo e natureza

* Marxismo ontem e hoje: no Brasil e no mundo

2. DESINSTITUCIONALIZAÇÃO E PRÁTICAS SOCIAIS Agenciador: Jorge Bichuetti

Carga Horária: 20 horas Duração: um semestre

(6 hs presenciais; 8 hs de estudo dirigido e 6 de trabalho na comunidade)

Conteúdo:

* As instituições totais e a sociedade disciplinar (a lógica do modelo asilar)

* Processos de desinstitucionalização e práticas sociais inovadoras-instituintes

* Práticas Sociais, inclusão e cidadania na Sociedade Mundial de controle. Novas práticas sociais

3. CUIDADO E CLÍNICA DA VIDA: A CAIXA DE FERRAMENTAS Agenciadores: Celso P. Macedo e Odila Braga

Carga Horária: 20 horas Duração: um semestre

(6 hs presenciais; 8 hs de estudo dirigido e 6 de trabalho na comunidade.)

Conteúdo:

* A clínica e o cuidado: da exclusão ao novo cuidado-acolhimento

* Caixa de ferramentas e uma clínica inventiva e humanizante

* Novos cuidados e o exercício no cotidiano de práticas inventivas de acolhimento e emancipação

4. AMBIÊNCIA: ECOLOGIA E VIDA Agenciador: Sumaia Debroi

Carga Horária: 20 horas Duração: um semestre

(6 hs presenciais; 8 hs de estudo dirigido e 6 de trabalho na comunidade)

Conteúdo:

* O cuidar de si e do meio ambiente.

* Sustentabilidade e novas subjetividades

* Ecologia - As três ecologias: ambiental, social e mental...

Todos estes espaços coletivos de produção serão ministrados/vivenciados nos segundos sábados de cada mês, com início em junho. Horário: 13:30.

***

Das 14:30 às 15:30 ocorrerão oficinas:

a. Arte;

b. Como trabalhar com o povo;

c..Comunicação e jornalismo;

d. Ética e vida.

(Estes trabalhos também serão certificados e comporão os currículos).

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GRUPO DE ESTUDO DA OBRA DE JUVENAL ARDUINI

Horário: das 19:00 às 21:00 horas. Nas terças-feira da semana que se dá o encontro mensal.

Inscrições no Bog Utopia Ativa: http://jorgebichuetti.blogspot.com/search/label/universidade%20popular

O caminho é a travessia onde a vida acontece... O sonho é uma ponte que nos dá no hoje o porvir e o devir...

domingo, 8 de maio de 2011

Diálogo produtivo na Escola Bernardo Vasconcelos




A Escola Estadual Bernardo Vasconcelos, de Uberaba – MG, nos convidou para uma fala com os professores, na manhã de sexta-feira, dia seis de maio. Também estavam presentes alguns pais de alunos.

Conversamos, por quase uma hora, sobre ecologia, educação e outros assuntos de interesse dos presentes.

Durante minha fala, fiz uma provocação: sugeri aos professores que trocassem o “vermelho” do boletim dos alunos pelo “verde”. Apesar de me declarar admirador da cor vermelha, por tudo o que ela representa historicamente, eu afirmei que uma educação “verde” deve levar em consideração diferentes identidades, deve respeitar saberes e histórias, e deve estimular, cada vez mais, a participação e o envolvimento de todos no processo educacional, invertendo antigas equações de poder que têm dificultado transformações urgentes e necessárias na educação brasileira.

A Diretora, Regina, que abriu a escola para a comunidade nesse dia, disse que iria plantar um roseiral no jardim da escola e estimular as atividades práticas numa horta de verduras. Quanto ao roseiral, disse: “De rosas vermelhas também”, aceitando a minha “provocação.

Mara falou no final e destacou a necessidade de todos buscarem, juntos, soluções inovadoras para velhos problemas de disciplina, de desânimo, do chamado baixo rendimento escolar. E reforçou a importância de os professores se inspirarem no meio ambiente, na mata, no espaço natural para conseguirem “dar conta do recado”. E, com muita sensibilidade, ouvir mais o que cada um quer para o seu crescimento pois é a partir desse diálogo que todos se dão e recebem mais atenção.

É isso aí: recado dado!




quinta-feira, 5 de maio de 2011

Viva a vida!

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Certa ocasião, num encontro na Universidade de Salamanca, em 1936, um general espanhol, partidário do fascismo, admirador de Francisco Franco – o ditador espanhol, de triste memória –, ressentido com a resistência e o desejo de autonomia dos bascos durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), bradou em alto volume as seguintes palavras: “Viva la muerte!”. E completou: “Abajo la inteligencia!”. Típica reação de quem usa a força e a opressão para resolver diferenças políticas e ideológicas. Como resultado desta maneira de ver o mundo, o povo espanhol amargou uma terrível ditadura até os anos 1970. O próprio país só viria a retomar o desenvolvimento pleno e as liberdades civis com a volta da democracia e a morte de Franco, em 1975.

Foram mais de um milhão de mortos e milhares de exilados. Tristeza e pobreza marcaram a Espanha neste período. Foi a vitória de Hitler e de Mussolini, do fascismo e do nazismo mesmo após sua derrota na Alemanha e na Itália em 1945.

A humanidade respirou aliviada ao final da Segunda Guerra Mundial, sentiu-se melhor com o fim da Guerra do Vietnã, comemorou o fim dos regimes ditatoriais na América Latina e torce pelo fim dos ditadores africanos e asiáticos que ainda sobrevivem. O mundo vive uma nova fase, em que não há mais lugar para regimes opressores, para a tortura, para a corrupção, para a existência de mortes sem sentido, para guerras entre irmãos, para a miséria. Mesmo assim, alguns ainda insistem em permanecer neste caminho. Muitos continuam no poder, outros defendem sua crença no obscurantismo por outras vias. O mundo mudou, e continuará mudando, mas alguns insistem em retroceder, em voltar a um passado de violência e terror.

A humanidade quer viver, e viver bem, o que significa viver em paz. A maioria defende a vida como bem maior de todos os povos, peleja pelo direito a uma vida saudável, por uma vida sem medo, sem fome, sem tragédias sociais. Algumas concepções, entretanto, tropeçam no rumo contrário, caminham trôpegas em direção à opressão da mulher, contra a diversidade cultural, contra a liberdade sexual, contra a livre expressão artística e contra o patrimônio natural. O mundo já não as quer mais, já não as aceita mais.

Um mundo em que não há mais lugar para afirmações como a do general espanhol, não deve admitir a morte como solução para conflitos ideológicos ou de qualquer outro tipo. Não se deve concordar com os métodos violentos defendidos por radicais religiosos, seja de qual crença for, não se deve concordar com métodos tirânicos de ditadores, seja de qual ideologia for. Igualmente, até por uma questão didática, não se deve admitir que a morte, de quem quer que seja, até mesmo do mais terrível assassino, seja colocada como solução para se resolver pendências de qualquer natureza, até mesmo se causaram comoção internacional. Ou defendemos a vida, acima de qualquer coisa, ou aceitamos um mundo pior, triste, retrógrado, inculto, infeliz. Viva a inteligência! Viva a vida!

Publicado no Jornal Clarim, de Araxá, MG. http://clarim.net.br/colunistas/colunista/4