sábado, 19 de abril de 2014

Gabriel García Márquez





Quem foi Gabriel García Márquez?

No livro “Viver para contar”, seu livro de memórias, de 2002, publicado no Brasil logo em seguida (Record, 2003), com tradução do Eric Nepomuceno, e várias edições na sequência, Gabriel García Márquez relata, na penúltima página (p. 473) o seguinte trecho (em resposta à pergunta do porteiro de um prédio):

– O que eu não entendo, dom Gabriel, é por que o senhor nunca me disse quem era.
– Ah, meu caro Lácides – respondi, mais dolorido que ele –, eu não podia dizer porque até hoje nem eu mesmo sei quem sou.

Hoje, para além da sua data de nascimento e de morte e da relação de suas obras, muita gente pergunta, e muitos tentam responder: quem foi o escritor Gabriel García Márquez? Ora, foi um grande escritor, sem dúvida! Escreveu livros maravilhosos, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982, foi um grande contador de histórias, romancista, contista e jornalista, que soube como poucos retratar o povo e a cultura latino-americana nos seus livros, contando sempre a Colômbia, é claro, e sua inesquecível Macondo, isto é, Aracataca, sua cidade natal, mas que, no fundo, é toda a América Latina, da Argentina e o Chile ao México, de norte a sul, de leste a oeste.

E suas posições políticas? Muita gente quer saber, uns querem descaracterizá-lo e esvaziá-lo de conteúdo, como se o escritor não fosse produto de seu tempo. Trata-se de um grande equívoco confundir autor e obra, mas, se alguém quiser saber, o melhor a fazer é ler seus livros, aí se encontram as respostas, aí, nas suas obras, é possível descobrir a crítica ferrenha da burocracia, a ironia mais eficaz contra a opressão, a sátira aos poderosos, o encantamento com o povo mais simples dos recantos inusitados desse rico continente.  

Se procuramos, no que ele escreveu, alguma mensagem, é esta: um outro mundo é possível, viver uma vida melhor e diferente da que temos é uma possibilidade humana e real, apesar dos que só sabem reforçar o obscuro em tudo o que fazem e pensam, e ainda querem impor aos demais, pois vivem para exaltar a morte, a tristeza, contra a alegria e a riqueza da vida. Esses nunca vão compreender sua literatura fantástica.

Gabriel García Márquez, nos seus livros, nunca se contentou com a falta de criatividade, de cor, de amor, de fantasia e de luz. Foi um escritor crítico e criativo, repartiu conosco os sonhos fantásticos de seu povo, isto é, de nós todos, e vai sempre nos ajudar a descobrirmos, um pouquinho mais a cada linha, quem somos. 

Querem saber mais? Leiam seus livros, são ótimos. Vejam, abaixo, algumas capas de edições brasileiras. 

Valeu Gabo!

(Renato Muniz B. Carvalho)


















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