quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
2019: vocês estão preparados?
Renato Muniz B.
Carvalho
Vem aí um ano como nenhum outro. Vocês
estão preparados? Não será fácil, pois o ano começa numa terça-feira, mas, como
o dia 1º é feriado, na prática o ano começa numa quarta. Ou seja, começa no
meio da semana. Eu, se fosse vocês, emendava, pois é muito ruim fazer as coisas
pela metade! Estique o feriado e só dê as caras na segunda-feira, dia 7 de
janeiro. Não me leve a mal, não sou um revoltado, estou apenas tentando ser
prático.
Cientistas dizem que esse ano será um
dos mais quentes de todos os tempos. Nossos problemas começam aí: é que tem uma
turma que nega o aquecimento global e outra que defende. Nós, pobres mortais,
vamos ficar no meio e com calor! É mole? Pra quem já viajou de avião, imagine
que você está no meio da fileira do meio, entre dois caras carrancudos. Sua
viagem vai durar doze meses, mas você precisa satisfazer suas necessidades,
precisa esticar as pernas, precisa pedir um suco para a aeromoça... Eu não
queria estar no seu lugar.
Se você é um professor ou professora,
tenho pena de você! É que tem uma tal de escola sem partido que vai te pegar,
de um jeito ou de outro. Não tem escapatória! Sabe aquela velha história: se
correr o bicho pega, se ficar o bicho come? Será que ao menos vão te chamar
para ouvirem a sua opinião? Ou você não conta? Pais, direção, políticos,
jornalistas, palpiteiros, filósofos das redes sociais etc., todos vão querer
dar pitacos, mas não vão te convidar. Pode escrever o que estou dizendo! Vá
ensinar que a Terra é plana que a polêmica é menor.
Esqueça essa história de aquecimento
global, quente mesmo será a política. Vou arriscar um prognóstico, dar uma de
profeta: as fake news vão continuar,
com toda a força. Vocês acham, agora que todos se acostumaram com a mentira,
com as manipulações, que eles vão desistir da brincadeira? Só espero que vocês
não caiam nessa! Como a sociedade brasileira está irremediavelmente partida, e
assim deve permanecer por um bom tempo, vai ser uma guerra de mamonas, das
graúdas!
Meio ambiente, democracia, questão
indígena, educação, pesquisa científica, alinhamento global, comunismo,
fascismo, corrupção, extinção dos dinossauros, religião e tantas coisas que
minha tia carola dizia pra eu não me meter, estarão no centro dos debates. Vai
ter muita gente voltando para casa aos prantos porque recebeu uma mamona bem no
meio das fuças. Enquanto estiverem usando as simpáticas bolinhas espinhentas,
tudo bem!
É isso, nunca tivemos um ano como esse
que começa daqui a pouco: cheio de incertezas, de expectativas, de
desinformação e de desentendimentos. Se minha tia estivesse por aqui, não nos deixaria
sair de casa. Se fosse hoje, nós a convenceríamos de que já somos grandes o
suficiente pra não fazer besteiras?
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Direitos Humanos e desinformação: a propósito dos 70 anos da Declaração de Direitos Humanos
Direitos
Humanos e desinformação: a propósito dos 70 anos da Declaração de Direitos
Humanos
Renato
Muniz B. Carvalho
O
artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos determina que o aceso à
informação é um direito humano fundamental.
Um
grave problema da humanidade no século XXI continua sendo a desinformação. É
saudável e necessário haver discordâncias, pontos de vista diferentes,
ideologias distintas, diferenças de opinião etc., mas a desinformação é algo
contraproducente, que causa conflitos e desentendimentos entre os povos.
A
origem da desinformação pode ser a ausência das informações básicas, a falta da
difusão de notícias — algo difícil de imaginar nestes tempos, com tantas
mídias. Pode ser a censura, existente em regimes totalitários. Pode ser o
analfabetismo e suas sequelas — mas isso, por si só, não justifica sua
existência. Pode ser fruto de dificuldades cognitivas ou neurológicas. Pode ser
alguma incapacidade ideológica que nos impede de confrontar realidade vs.
pontos de vista. Esse último tipo de desinformação é mais inquietante e de
difícil solução.
Temos
uma chance de melhorar o problema: podemos difundir ao máximo as informações
corretas, de preferência vindas de fontes originais. Outra possibilidade é
garantirmos espaços e oportunidades para o debate, para o diálogo sobre os mais
diversos assuntos.
No
caso dos direitos humanos, vale a pena conhecer a história e, principalmente,
os fatos e circunstâncias que levaram os povos a adotarem, em 10 de dezembro de
1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. As instâncias da ONU tiveram
papel decisivo, culminando na Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em
10 de dezembro de 1948.
Uma
sugestão para combater a desinformação sobre os direitos humanos é debater e
conhecer um pouco mais o assunto nas páginas da própria ONU: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/
Na sede da ONU, em Nova Iorque, há uma escultura bastante
simbólica. Trata-se de um revólver com o cano amarrado em um nó. Seu autor é o
artista sueco Carl Fredrik Reuterswärd (1934-2016). Ele fez a obra após a morte
de John Lennon. A escultura foi concebida como símbolo da paz após o
assassinato do músico, a tiros, em 8 de dezembro de 1980. A peça foi doada às Nações
Unidas em 1988.
Assinar:
Postagens (Atom)