No sábado, dia 19 de março, dia da “famosa” enchente de São José - e choveu muito! -, um grupo de pessoas de Uberaba, de Frutal e da região reuniu-se em torno de uma bela ideia: dar mais um passo na criação da Universidade Popular Juvenal Arduini.
Discutimos ideias, ações e frases instigadoras, como a de Rosa de Luxemburgo: “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”
Foi pensando nisso, e no que conversamos nesse dia, que me lembrei de um grande educador francês: Georges Snyders. Autor de várias obras, entre as quais se destacam: Escola, classe e lutas de classes (1977), Alegria na escola (1988), Pedagogia progressista (1974) e Para onde vão as pedagogias não diretivas? (2001). É um dos grandes estudiosos da pedagogia contemporânea. Conheçam alguma coisa de seu pensamento.
“Entendo que o objetivo (da Escola) é levar o aluno, partindo de sua experiência e sensibilidade, a interpretar de maneira única e individual a cultura que nós lhe propomos. Ele não vai criar o novo sentido de um grande criador, não vai realizar uma grande obra, mas também não vai se limitar a uma repetição mecânica. O aluno tem uma personalidade única e o que me interessa é como esta personalidade única vai reter, amar, vibrar e, então, transformar esta cultura que a Escola lhe propõe.”
“Durante muito tempo baseamo-nos na idéia de que bastava dar prosseguimento à experiência dos alunos para que eles progredissem. Acreditávamos que se eles observassem bem os fenômenos, fizessem pequenos experimentos sozinhos e os olhassem atentamente, eles aprenderiam. Esta Didática é a de Freinet, de Claparède e mesmo de Piaget. Ela se apóia na continuidade. A grande mudança atualmente é que se sabe que os alunos partem de uma concepção sobre as coisas. Mas estas concepções são, geralmente, falsas. Eles formam estas idéias a partir das possibilidades de nossa civilização, da TV, de tudo que existe por aí. Há, então, uma primeira tarefa que é ajudar os alunos a desconstruir estas noções falsas e a compreender por que elas são falsas.”
“Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades - de ordem física e econômica - mais a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria não pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o estímulo do prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem mais fora da Escola.”
“Sei que é um pouco utópico, mas de vez em quando é necessário sonhar. Estou aposentado e sei que sonho; mas o mundo precisa, de tempos em tempos, de pessoas sonhadoras.”
É isso aí!
Veja mais no blog: http://jorgebichuetti.blogspot.com/search/label/universidade%20popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário