sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CEA Sítio da Pedreira - paisagens

CEA Sítio da Pedreira - Entardecer de inverno

CEA Sítio da Pedreira

Centro de Educação Ambiental Sítio da Pedreira

O Centro de Educação Ambiental Sítio da Pedreira (CEA) é um local de vivências e aprendizagem que funciona junto à Fazenda Aroeirinha, zona rural do município de Uberaba, MG. Está situado a 15 km do centro da cidade, próximo à BR 050, sentido São Paulo.

Possui uma grande e agradável área verde, com muitas árvores e água por perto. Tem uma sala de aula, local para refeições, uma biblioteca e equipamentos de lazer. Oferece algumas trilhas, definidas a partir de critérios de aprendizagem do meio natural e contemplação da natureza. Na essência e propósitos, é um espaço de cultura, arte, lazer e reflexões sobre o meio ambiente e o mundo em que vivemos.

Um dos seus objetivos básicos é a oferta de cursos, nas mais diversas áreas, em especial os voltados para a Educação Ambiental, para aspectos relacionados a uma vida saudável, à alimentação orgânica, à produção sustentável e às diferentes leituras do mundo. Sua linha de atuação está focada na prática de atividades pautadas nas vivências ambientais, como trilhas, dinâmicas pedagógicas e demonstrações sobre preservação do solo, água, flora e fauna.

O espaço está aberto a propostas variadas, em que alguns princípios estejam sempre presentes: a consideração à sociobiodiversidade, a valorização da arte e da cultura, a flexibilidade, a ética e o respeito à individualidade. A intenção é trabalhar com crianças, adolescentes, adultos e pessoas da terceira idade interessados nestas temáticas. Na construção dos espaços, simples e rústicos, porém aconchegantes, foi observada a preocupação com a acessibilidade e o conforto ambiental.

No CEA Sítio da Pedreira é possível participar dos cursos, realizar atividades variadas, fazer caminhadas, conhecer trilhas na mata, acampar, fazer pesquisas ou simplesmente descansar e ouvir o som dos pássaros. O acervo da biblioteca está disponível para pesquisas e leituras.


O CEA Sítio da Pedreira é um espaço em permanente construção, aberto a novas ideias, propostas e parcerias. Venha nos fazer uma visita. Escreva um e-mail para sitiodapedreira@gmail.com ou então ligue para (34) 9972-6843 ou (34) 9996-6843. Blog: http://cea-sitiodapedreira.blogspot.com/


domingo, 19 de setembro de 2010

Manhã de autógrafos na Livraria Alternativa em Uberaba


Thiago de Melo Andrade e Renato Muniz

Sessão dupla de autógrafos


Na ensolarada manhã de sábado, dia 18 de setembro de 2010, aconteceu a sessão dupla de autógrafos dos autores Renato Muniz e Thiago de Melo Andrade. Foi na Livraria Alternativa, onde os dois receberam amigos e familiares, tudo sob os cuidados da excelente equipe da Alternativa: Thaís, Marcelo, Cátia, Joziane e os demais.

Os escritores autografaram seus livros “Os bichos são gente boa” (Renato Muniz – Giz Editorial) e “O ovo do elefante” (Thiago de Melo – Melhoramentos), recentemente lançados na XXI Bienal Internacional do Livro de São Paulo.



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O colecionador de embalagens

Renato Muniz Barretto de Carvalho

Preciso contar a história do Zeca Antônio, um conhecido meu. Coitado! Desapareceu um dia desses e não há meio de encontrá-lo. Já tentamos de tudo: cartas espalhadas na Internet, cartazes pregados em postes, apelos dramáticos em portas de festas e até panfletos, que ironia!

Ninguém sabe contar ao certo como tudo começou. Parece que foi uma coisa simples, algo corriqueiro, assim como uma correspondência à toa colocada debaixo da porta. Alguns vizinhos, em depoimentos à polícia, disseram que acontecia de vez em quando. Ora uma propaganda, ora produto em oferta, uma loja em liquidação, revistas, convocatórias para reuniões, propagandas do governo, jornalecos de políticos repletos de fotografias três por quatro dos próprios, uma novidade qualquer, convites de casamento e, o pior, as contas a pagar e os extratos bancários. Tais papéis começaram a aparecer com maior freqüência e, como se não bastasse, às vezes viam em dobro, como para lembrar ao sujeito quanto ele tinha no banco ou qual era o seu saldo devedor.

Na lógica do Zeca Antônio, nada podia ser jogado fora. Segundo depoimento dos porteiros e faxineiros do prédio onde ele morava, nem os envelopes eram descartados, ele dizia que um dia poderia precisar deles. Para terem uma idéia do problema, até os catadores de lixo reciclável que atuavam na região reclamaram da pouca quantidade de material colocado para fora. O resultado foi que o volume de papel e assemelhados aumentou consideravelmente no interior do pequeno apartamento.

No começo, tudo cabia numa simples gaveta. Com o tempo, ele teve de procurar alternativas para o aumento do material guardado com esmero e carinho. A primeira solução foi passar a armazenar em pastas o seu acervo. Depois, tornou-se um verdadeiro profissional, começou a organizar por título, por assunto, por autoria, e não parou mais. Passou a arrumar as pastas em prateleiras, em estantes e armários. Separou as pastas por cores diferentes, organizou um índice, pensou inclusive em contratar um especialista em arquivos.

Em pouco tempo, todos os cômodos do apartamento já estavam tomados por pilhas de papéis. Pilhas enormes de folhetos, de envelopes, de panfletos, de cartas, de avisos etc. Em certa ocasião, tive uma oportunidade de visitá-lo e fiquei preocupado com o que vi. Tive de sentar numa pilha de jornais, as cadeiras e o sofá estavam tomados por papéis, e o Zeca ficou preocupado, me vigiava para ver se eu não tirava nada do lugar. Eram pilhas separadas por assuntos que só ele sabia o que significavam. Outras pilhas espalhadas pelo chão indicavam revistas e até documentos de imposto de renda de anos anteriores.

O Zeca já não tinha tempo para mais nada. Não saía com os amigos, não ia ao cinema, nem se interessava mais por futebol. Passava seus preciosos minutos organizando e arrumando papéis. E qualquer intervalo era pouco. Reclamava da falta de tempo, queixava-se que dormia pouco, já não se alimentava direito. Como não tinha tempo de preparar suas refeições, e como sua ajudante pediu demissão, pois não agüentava mais tanto papel, passou a pedir comida pelo telefone. Começou a colecionar as embalagens. No início por tipo de comida, por tamanho, por cor, por cheiro e daí por diante.

Um dia desses, liguei para ele e ninguém respondeu. O telefone tocou até a ligação cair. Liguei de novo e fiquei preocupado. Fui até o apartamento, toquei a campanhia e nada de atender. Conversei com o pessoal da portaria e nenhuma notícia dele. Com autorização policial arrombamos a porta e, para surpresa nossa, não encontramos o Zeca. Sumiu, sem deixar notícias. No apartamento apenas pilhas de papel. Quero acreditar que ele se encontra distante da realidade, perdido num mundo de papel, mas que um dia possa voltar. Tem gente que é assim, se esquece do mundo e das pessoas e se perde em preocupações e pilhas de papel.